TAMPANDO AS FERIDAS COM ESPINHOS.
Os fragmentos da mente.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
93 CDS ORIGINAIS A VENDA POR R$ 10,00 + FRETE CADA
- 5º andar: Piratão
- 7 SECONDS: SOULFORCE REVOLUTION: Outra banda que embalou os campeonatos de skate da galera do mundo todo.
- 7,62: Banda Skate Rock de Carapicuiba (Lançado em meados de 98/99) no seu primeiro registro. Tiragem original.
- ARNALDO BATISTA: Let It Bed
- BAD RELIGION: ALL AGES> Precisa falar algo dessa banda? É Hard Core pra pegar o skate e sair por ai a mil por hora.
- BANDAS DE GARAGEM: Dread Full, Butt Spencer, Brincando de Deus, Crivo, Mukeka Di Rato, Objeto Amarelo, Wry, The Book Is On The Table, Angry, Normam Bates
- BB KING- Kansas City 1972
- BLONDIE: No Exit
- BOB MARLEY - Clássicos
- C.H.C - EMBOLISM: Split de duas bandas Grind Core do Brasil e da Alemanha. Indispensável para aprecisadores do estilo.
- CACHORRO GRANDE: As proximas horas serão muito boas.
- CAMISA DE VÊNUS: Viva!: Gravado Ao vivo em 1986, esse cd foi quase todo censurado na época (lançado em vinil) Uma aula sobre o que era o Rock na Bahia, muito antes da Pitty.
- CAPITALIST ALIENATION: Hard Core sem frescura.
- COCTEAU TWINS: Garlands
- CRAZY LEGS: Live To Win
- CRAZY LEGS: Off Society Rules
- DAMONE: From The Attic. Punk Rock com levadas Rocka and Roll e pitadas de Ramones.
- DEAD FISH - Ao Vivo. O ultimo album antes da fama. Gravado em 2002 no Hangar 110.
- DEAD FISH: Sonho Médio: Segundo album da banda, muito antes de assinar com uma grande gravadora. Tiragem original e para colecionador.
- DEE DEE RAMONE: Greatest & Latest. Dee Dee Ramone tocando diversos clássicos de suas bandas; Ramones, Ramainz, Chinese Dragons, etc. Item indispensável para fãs da banda Ramones e de Dee Dee.
- DISARM: Sofrer até quando?: Discografia completa de 1997 a 2001 de uma das mais agrssivas bandas de Hard Core Crust nacional.
- DOWN BY LAW: Punkrockdays, The Best Of
- EDSON CORDEIRO: Disco Clubbing 1
- EDSON CORDEIRO: Disco Clubbing 2
- FRANK ZAPPA: Cheap Thrills
- GABBA GABBA HEY: A TRIBUTE TO THE RAMONES. Um dos primeiros tributos a banda, lançada no inicio dos anos 90, com as bandas: Bad Religion, L7, Buglamp, D.I. Pigmy Love Circus, Rigor Mortis, Flesheaters, Badtown Boys, Chemical People, Groovie Ghoulies, Flower Leperds, Mojo ixon, Jeff Dahl, Tommyknockers, White Flag, Metal Mike, Lisa & Julia, Motorcycle Boy, The Agnews, creamers, Blast, Bulimia Banquet, Electric Ferrets.
- GEORGE BENSON - Legends
- GRITOS DE ÓDIO: Profundo Inconsciente: Banda SxE de Vila Velha. Tiragem Original
- GUITARRIA: A 125 por hora
- HATS: Banda Feminina que tem Cherry (Okotô) na formação, em seu album de estréia. Pink Rock com levadas rock and roll. Guitarras distorcidas e vocal feminino.
- HC SCENE 5
- IRA: Geração Pop
- JERRY LEE LEWIS - Live In Concert
- KARNE KRUA: Em Carne Viva. Uma das bandas Hard Core mais antigas do Brasil em atividade. Banda de Sergipe.
- KONFETTURA - Son Qui (Emo Italiano)
- LA MANADA: Banda formada por Brasileiros e Mexicanos ilegais nos EUA. Banda muito foda dos anos 80 com registro de seus eps de forma digital. Fora de catálogo desde que saiu.
- LACRIMAS PROFUNDERE: Fall, I Will Follow
- LAVA: La Motocyclette
- LION KURT - Atribute To Rod Steward
- LOBÃO: A Vida é doce
- LOVE AND ROCKETS: Sweet F.A.
- MADE IN BRAZIL: Acervo Especial. Coletanea com 14 musicas.
- MAKE YOUR CHOICE: Hard Core melódico Old School da baixada santista. No EP lançado em 1999
- MARCELO NOVA: Eu vi o futuro, baby, ele é passado.
- MDC: Agora Mais que nunca. Hard Core Old School que embalou 10 em cada 10 campeonato de skate nos anos 80 e 90. Edição nacional que celebrava a vinda da banda ao Brasil. Edição limitada.
- METAL ATTACK: Com Di'Anno, Control Danied, Iron Savior, Breaking Silence, Sentenced, Brutal Truth, Within Temptation, Sonata Artica, Mistifier, Johansson, Stuck Mojo, Labyrinth, Lefay, Metalium, Cryhavoc, Morifade, Ghaia.
- MOTOMIX: Dj Colette, Lacquer, Sasha, Renato Cohen, Dj Dero, Felix The Housecat, Martin Parra, Jonas Rocha, Digi+Garbo, Electroteguas, Pato Fu, Christian Labra, Cesaria Evora.
- MUSIKAOS: Com as bandas: Sheik Tosado, Autoramas, Inocentes, Oito, Mopho, Violeta de Outono, Astromato, Devotos e Itamar Assunção.
- N.W.A.: The Best Of
- NITROMINDS: Primeiro cd, quando a banda era um quarteto. Tiragem original de 1996
- NO FUN AT ALL: Out Of Bounds. Uma das melhores bandas de Hard Core melódico dos anos 90.
- NO VIOLENCE: Consensus. Um dos albuns mais fodas de uma das primeiras bandas com temática SxE do Brasil.
- OS PARALAMAS DO SUCESSO: Vamo batê lata (Duplo) Ao Vivo
- PANDORA: Lotação Grátis
- PHD: Com Marcelo D2, Trio Mocotó, Dado Villa Lobos & Cassia Eller, Ultramen, Sonic Junior, Katia B, Walter Franco, Infierno, Arícia Mess e Fênix.
- POP ROCK NACIONAL: Barão vermelho, Gabriel, Léo Jaime, Ultraje a Rigor, RPM, Guilçherme Arantes, Metrô, Sempre Livre, Dr. Silvana & Cia e Raul Seixas.
- PRODIGY: The Fat of The Land
- PULSO - Ep
- RAMONES: Adios Amigos. O Ultimo album de estúdio de uma das melhores bandas do mundo.
- RAMONES: Greatest Hits Live. Gravado em 1996 durante a turnê de Adios Amigo. Simplesmente indispensável.
- REAL CELEBRATION - A Tribute To The Police
- REPUBLICA: Speed Ballads
- RESIST AND EXIST: Kwangju: Hard Core de uma das mais politizadas bandas dos EUA.
- RITA LEE: Acústico
- RUDES: PUNK ROCK E HARD CORE PARA SEMPRE
- SELF CONVICTION: A War To Show That Peace Means Justice For Everyone. Banda SxE.
- SEX PISTOLS: Flogging a Ded Horse
- SEX PISTOLS: The Great Rock and Roll Swindle
- SHELTER: When 20 summers pass: Um dos melhores albuns já lançados pela banda que mostrou o Hard Core Positivo para o Mundo.
- SIGHT FOR SORE EYES: 10 canções. SxE
- similar stylus: a TRibute to Elton John
- SUASSUNA: Capoeirando
- THE BEACH BOYS: Sufin Safari
- THE CLASH: THE HISTORY OF THE CLASH (Duplo)
- THE CRANBERRIES: No need to Argue
- THE GEE STRINGS: The Gee Strings/Alternative Losers. Dois albuns em um único cd. Dois clássicos do punk rock alemão em um unico CD.
- THE YARDBIRDS: Bleu Eyed Blues
- TOM ZÉ: Com defeito de fabricação
- TOMMY KAFT - A Tribute to David Bowie
- TRIBUTO JAMES DEAN: Eagles, Joan Jett, 10 cc, Silicon Drean, Keith Marshall, Bete Midler, Troll, Snap, Terry Reid, Icehouse, Jimmy Wackale, Sal Mineo.
- V/A - HC SCENE VOL 01: Primeira coletanea da série que já lançou mais de 100 nomes no meio alternativo. Item de colecionador e tiragem original. Com as bandas: Alternative System, TSE, Heffer, HDC, Gritos de Ódio, Mukeka di Rato, Euthanasia, Hard Money e Clove Of Garlic.
- V/A FUN FILTH AND FURY: Coletánea com várias bandas 77: X-Ray Spex, Adam And The Ants, Ruts, Stiff Little Fingers, Skids, Magazine, The Members, Penetration, The Meakons, Holly Beth Vicent & Joey Ramone.
- V/A. GRINDATACK! Se vc tem ouvidos sensíveis, mantenha distancia desse album. Com as bandas: Groinchurn, Stomachal Corrosion, Parental Advisory, Desecration, CHC.
- V/A. NÃO NASCI PARA SER HERÓI, POR ISSO NÃO PRECISO DE MÉRITOS. Coletanea com as bandas: Presto?, Negative Control, NRA, Ação Direta, Overlife Inc., Dead fish, Division, Surface, Protesto Subusrbano, Imminetchcaos, Out And Breake, RMDS, Insydio, Corja, Bullet Proof, Arcenal, Blind, Contramao, Indecent's, Lazy train, Afronta, Toy Confusion, Carnal Disire, Leptospirose, Coisa Ruim, Repulsão Explicita, Question tag, Stomachal Corrosion, Vampiros Loucos.
- v/a. PORRADA: Coletanea com Ratos de Porão, Infierno, Nitrominds, Agrotoxico, Olho Seco, Korzus, Varukers, Colera, entre outros.
- V/A: 70 MINUTOS FULL TIME HARD CORE: Coletanea Hard Core com bandas de vários países; Wacky Kids, Pridebowl (Suecia), Prole, Your Mother (EUA), Confusion, Discourage Youth (Argentina), Dread Full, Boy Called Spite (USA), White Frogs, This Side Up (Itália), Chixdiggit (Canadá) e Muzzarelas (as bandas sem países é pq são brasileiras)
- V/A: ESISTENCIA: Coletanea punk e Hard Core com as bnadas: Smoners, Diiskordia, Dívida Externa e Neurose Urbana.
- V/A: KIDS JUST WANNA PLAY: com as bandas: Ourselves, Swith Stance, Offmind, Trapos, Disty Shoes, Wicked, Australopithecus Famintus, Straighthate, The Jerks, Yawl, Predial, Protesto Suburbano.
- V/A: MINUTES OUT OF LIMBO; Coletanea com bandas de punk rock e Hartd Core do mundo inteiro: Nous Subterfuge (Suiça), 11 Acres (EUA), The Maze (Canada), René Binamé (Belgica), Usual Suspects (França), Whiskey Sunday (EUA), Perdedores (Brasil), Scrotum (França)
- V/A: O MUNDO VAI ACABAR: com as bandas: M-19, AGROTOXICO, KOLAPSO 77, PHOBIA, ESQUIZOFRENIA, FLICTS, 88! NÃO, CALIBRE 12 e LOKALT.
- WANDER WILDNER: No Ritmo da Vida
- YO LA TENGO: President Yo La Tengo/New Wave Hot Dogs (02 clássicos em um cd)
- ZOOTIC: Coisa Nenhuma. Banda Anarco Punk de Portugal.
ESTUDO TROCAS
CONTATOS: jayrocker@sirqueira.com
segunda-feira, 5 de maio de 2008
PAREM AS MÁQUINAS!!! CHUCK BERRY NO BRASIL EM JUNHO!!!!
O pai de tudo tá ai mais uma vez. Antes de Chuck Berry o rock baseava-se em sintetizadores e as guitarras era algo secundário. Precisou esse cara chegar e mostrar que as guitarras mandam. Talvez o maior nome vivo do rock 'n roll de todos os tempos, Chuck Berry fará uma turnê no Brasil em junho, com as datas já confirmadas em seu site oficial (http://www.chuckberry.com/). O Rocker de 81 anos, mostra que ainda tem muita lenha pora queimar e muito rock pra tocar, colocando muita bandinha do dito "rock atual" no bolso e vai estar provando isso para quem quiser ver no Brasil nas seguintes cidades:
- Rio de Janeiro (17/6, Vivo Rio)
- São Paulo (18/6, no HSBC Brasil)
- Curitiba (20/6, Teatro Positivo)
- Porto Alegre (21/6, Pepsi On Stage).
Existe a possibilidade das datas do Rio de janeiro e de São Paulo serem alteradas segundo o HSBC Brasil, pois as datas estão trocadas no site oficial do músico, que foi um dos primeiros nomes a aparecer junto com o estouro do rock nos anos 50, Chuck Berry lançou seu últimos disco de inéditas nos anos 80, mas está sempre em turnê, com muito rock e muito gás.
Chuck Berry, tocou no Brasil no extinto Free Jazz Festival, usando a guitarra de Marcelo Nova e na mesma noite que também tocou Little Richard.
A venda dos ingressos (bem, salgados por sinal) começam em 10/05, mas quem for cliente HSBC já pode comprar.
PREÇOS EM SÃO PAULO
Existe a possibilidade das datas do Rio de janeiro e de São Paulo serem alteradas segundo o HSBC Brasil, pois as datas estão trocadas no site oficial do músico, que foi um dos primeiros nomes a aparecer junto com o estouro do rock nos anos 50, Chuck Berry lançou seu últimos disco de inéditas nos anos 80, mas está sempre em turnê, com muito rock e muito gás.
Chuck Berry, tocou no Brasil no extinto Free Jazz Festival, usando a guitarra de Marcelo Nova e na mesma noite que também tocou Little Richard.
A venda dos ingressos (bem, salgados por sinal) começam em 10/05, mas quem for cliente HSBC já pode comprar.
PREÇOS EM SÃO PAULO
DIA: 18 de junho (quarta)
HORARIO: 21h30
LOCAL: HSBC Brasil, R. Bragança Paulista, 1281, Chác. Sto. Antonio, tel. (11) 4003-1212 INGRESSOS:
R$ 180 (setor 3) / R$ 200 (cadeira alta) / R$ 220 (setor 2) / R$ 260 (setor 4) / R$ 280 (setor 1 e frisas) / R$ 300 (VIP e Camarote) / R$ 350 (frisas) / R$ 400 (camarote)
sexta-feira, 11 de abril de 2008
NEW YORK DOLLS HANGAR 110 - Human Being - Personality Crisis
Video do melhor show que o Hangar 110 teve até hoje. New York Dolls com Personality Crisis e Human Being.
Audio e video tosco devido a qualidade da máquina.
RESENHA - NEW YORK DOLLS AO VIVO NO HANGAR 110 - 10/04/2008
Um show de rock. Posso dizer que o show da banda New York Dolls foi um show de rock para resumir como foi o show. Um show de rock que estava aposentado há muito tempo e poucas vezes pude presenciar. Na minha escala de shows importantes e melhores, New York Dolls está no topo, e olha que eles passaram na frente de várias bandas que já vi ao vivo, como Ramones, Rolling Stones, Nirvana, Toy Dolls, Red Hot Chilli Peppers (show de 93) e muitas outras bandas que tocaram por aqui. Sem sombra de duvida, o show de 10/04/08 foi memorável para inúmeras pessoas, ou melhor, para os seletos 640. Não sei se foi sold out, mas vi a casa cheia e com muita gente da cena musical por ali. Leandro (Eviltruckers), Jay Rocker (eu mesmo, hehe), Fabio Ramone (Os Aspirinas), Redson (Cólera), Clemente (Inocentes), Ariel (Restos de Nada), entre várias outras pessoas que com certeza, assim como eu, achavam que nunca veriam esse show em suas vidas e estavam lá. Uma pena não termos a presença física de Arthur Franquini, mas com certeza, de alguma forma ele estava lá, esse seria o show mais importante de vida dele também.
Com a casa ainda começando a encher, a banda paulistana Forgotten Boys (minha banda nacional preferida) iniciou a festa e posso dizer, seguro disso, que eles estão num nível profissional muito alto, com a performance perfeita (destaque para o baterista Flávio) e músicos competentes, num show recheado de hits.
Rock and Roll Band, All You See, Just Done, entre outras, fizeram a galera agitar e cantar bastante e com a banda tocando, eu já começava a ficar espremido na grade. E da lhe cerveja e água voando. Achei que a guitarra do Gustavo estava sendo encoberta algumas vezes pela de Chucky. Falando nisso, algumas garotas estavam gritando Chucky Gostoso e eu falei para elas: “Valorizem o Zé Mazzei!!!” Ai começou: Zé Gostosão!!!. Muito bom o show e merecidamente a banda fez aquilo que era inevitável. Um ótimo show para um ótimo publico e abrindo para uma ótima banda.
Ok, fecha-se cortinas. Som mecânico. Vários Johnny Thunders rolando e do nada apaga-se as luzes corta-se o som e vem ao palco a melhor banda de todos os tempos; NEW YORK DOLLS. Ok, C’mon Boys, vamos ao melhor show de minha vida.
Já de cara: Babylon e Puss n’ Boots (uma de minhas favoritas), pronto, a merda foi jogada no ventilador e esparramou pra tudo que era canto. O Hangar perdeu o controle, a galera agitou tanto que devem ter ido buscar o Hangar na Marginal depois.
Em Babylon, a voz de David Johansen não estava aparecendo, mas trabalharam rápido para consertar isso. Hit não faltou. Clássico atrás de clássico, visitando os três álbuns oficiais da banda, teve espaço para tudo: Dance Like a Monkey, We’re All In Love, Plenty Of Music, Dance on the Lip of Vulcano, Punishing World, Piece Of My Heart, Human Being, Looking For a Kiss, Trash, Subway Train, Pills, You Can’t Put Your Arms Around a Memory (Dedicada a Johnny Thunders) e muitas outras fizeram parte desse momento.
Grandes sacadas de Sylvain Sylvain com piadas sobre toda a banda, além de mostrar que é um guitarman fantástico, tanto na performance quanto na técnica e carisma. Um ursinho gordinho, no melhor estilo Rock and Roll que junto a David Johansen são os melhores “front-mans” que uma banda pode ter. Sem desmerecer os outros músicos que foram lembrados pelo publico durante todo o show.
Johnny Thunders com certeza foi “O guitarrista” da banda, mas a árdua tarefa de substituí-lo foi bem cumprida por Steve Conte, que mostrou-se um encaixe perfeito para banda em todos os sentidos, com um carisma excepcional (Na verdade, a banda é formada pr pessoas carismáticas). Sami Yaffa (Ex Hanoi Rocks), com uma inseparável garrafa de vinho (que ele fez questão de dividir com a galera) ocupou com tudo o que precisava o lugar de Arthur Kane, porém ele é mais ativo que o saudoso Kane, pois se movimenta muito mais e tem uma ótima performance de palco. A discussão no caminho com Fabio Ramone, Jerry Nolan ou Brian Delaney? Brian se mostrou um excelente baterista. O mais tímido da banda esbanjou técnica, sorrisos e mostrava nos olhos que estava fazendo aquilo porque gostava. Ninguém terá o que reclamar, quer dizer, a banda distribui flores, se despediu e saiu do palco. Opa? Falta algo? Sinal de Bis.
Dito e feito, banda em riste e Tome a dobradinha com Personality Crisis (do primeiro álbum) e Gotta Get Away From Tommy (do ultimo), o Hangar quase cai. O mais legal foi ver a galera realmente DANÇANDO como nos velhos tempos do Rock de verdade, a banda mostrando que ainda sente TESÃO pelo que faz e não está nessa só por grana, David Johansen SEM CUECA e de CALÇA COLADA fazendo a silhueta do Davidinho, TODOS OS CLÁSSICOS e minhas duas BANDAS PREFERIDAS num único dia, enfim, quem reclamar tem que apanhar na boca.
Resta agora acreditar em Sylvain Sylvain, que disse: “Pela primeira vez no Brasil, mas não a ultima. Amo vocês!!!”.
Nós também Syl, pode ter certeza que amamos a banda e NEW YORK DOLLS é a melhor banda de Rock que existe desde 1971!!!
terça-feira, 8 de abril de 2008
CAMPEONATO DE AIR GUITAR EM BARUERI
E nesse sábado, Barueri terá o seu primeiro Campeonato de Air Guitar, que para quem não sabe, é um monte de gente tocando guitarra imaginária.
O evento começa as 20:00, com discotecagem de Jay Rocker, que está preparando o melhor do Rock em todas as suas vertentes, onde tocará de clássicos a coisas obscuras, assim como bandas conhecidas mundialmente e bandas que poucos conhecem.
Vão se apresentar ainda, três bandas de vários estilos.
Teremos a banda LADY FLAMES, banda da Zona Norte de São Paulo que é uma cover do Ramones, com um diferencial. Composta inteiramente por garotas, que prometem acender o fogo da galera e fazer todo mundo pogar sem parar.
Outra banda que promete fazer todo mundo pular é a NO HEADS. Hard Core de Carapicuíba. Quem gosta de Nofx, Bad Religion e toda a escola do Hard Core melódico dos anos 90, não pode perder essa banda.
Quem também tem destaque e a barueriense SAKRAMENTO, uma das bandas de metal mais conceituadas e que estará mostrando em primeira mão a sua nova formação, dessa vez em power-trio. Pela primeira vez no palco do Abstrato, uma das bandas que leva o metal a sério e luta pela divulgação do estilo e união com outras bandas. E você é headbanger ou pelo menos gosta de metal, não pode perder essa banda, principalmente para mostrar que existe uma cena banger no Barueri Real e não no Barueri do Orkut.
Além disso tudo, tem os competidores de Air Guitar e se você acha que tem o dom para a coisa, pode arriscar uma performance e concorrer a vários prêmios. Porém, você fica responsável por levar a sua air-guitar.
A noite ainda promete sorteio entre as bandas e apresentações, ou seja, vai ser uma festa mais que legal e você não pode perder.
SERVIÇO:
CAMPEONATO DE AIR GUITAR DE BARUERI
Local: Abstrato Music Bar
Rua Fioravante Barletta, 15 – Centro – Barueri / SP (ao lado do banco Itaú Ag. Boulevard)
Entrada: R$ 3,00
A partir das 20:00
O evento começa as 20:00, com discotecagem de Jay Rocker, que está preparando o melhor do Rock em todas as suas vertentes, onde tocará de clássicos a coisas obscuras, assim como bandas conhecidas mundialmente e bandas que poucos conhecem.
Vão se apresentar ainda, três bandas de vários estilos.
Teremos a banda LADY FLAMES, banda da Zona Norte de São Paulo que é uma cover do Ramones, com um diferencial. Composta inteiramente por garotas, que prometem acender o fogo da galera e fazer todo mundo pogar sem parar.
Outra banda que promete fazer todo mundo pular é a NO HEADS. Hard Core de Carapicuíba. Quem gosta de Nofx, Bad Religion e toda a escola do Hard Core melódico dos anos 90, não pode perder essa banda.
Quem também tem destaque e a barueriense SAKRAMENTO, uma das bandas de metal mais conceituadas e que estará mostrando em primeira mão a sua nova formação, dessa vez em power-trio. Pela primeira vez no palco do Abstrato, uma das bandas que leva o metal a sério e luta pela divulgação do estilo e união com outras bandas. E você é headbanger ou pelo menos gosta de metal, não pode perder essa banda, principalmente para mostrar que existe uma cena banger no Barueri Real e não no Barueri do Orkut.
Além disso tudo, tem os competidores de Air Guitar e se você acha que tem o dom para a coisa, pode arriscar uma performance e concorrer a vários prêmios. Porém, você fica responsável por levar a sua air-guitar.
A noite ainda promete sorteio entre as bandas e apresentações, ou seja, vai ser uma festa mais que legal e você não pode perder.
SERVIÇO:
CAMPEONATO DE AIR GUITAR DE BARUERI
Local: Abstrato Music Bar
Rua Fioravante Barletta, 15 – Centro – Barueri / SP (ao lado do banco Itaú Ag. Boulevard)
Entrada: R$ 3,00
A partir das 20:00
segunda-feira, 24 de março de 2008
O ADEUS DO AMIGO EVANDRO "TORRONE"
Eu me lembro quando conheci o Evandro. Diga-se de passagem, que foi em uma festa para variar. Era um aniversário de uma cara que nem ele nem eu conhecíamos, nos fundos do Califórnia.
Ele estava com o Flávio (aka Filhote) e com o Laércio, que também conheci nesse dia. Era meados de 1994, se não estou enganado.
Uma coisa me chamou a atenção nele. A camiseta do Toy Dolls. Conversamos sobre diversas coisas, por horas. Ali começou a nossa amizade.
Ele fazia vocal numa banda chamada OS TORRONES, ou OLHA O TORRONE UM É 30 DOIS É 50, não me lembro ao certo. Mas seu apelido era Evandro Torrone.
Em meio a peripécias da vida, chegamos a tocar juntos na banda AGNÓSIA, na formação original em meados de 1999. Lembro-me dele também, na época que ele fazia vocal na banda HUMAN BEAST e chegamos a tocar em alguns shows juntos e fiz algumas participações nos shows deles.
Também me lembro dele me mostrando uma fita k7 de uma banda chamada BLIND PIGS. Sua primeira demo. Depois me passou ASTA KASK, COFFIN JOE e por ultimo A77AQUE, que eram bandas que eu só conhecia de nome. Eu mostrei coisas mais amenas no decorrer de nossa amizade, bandas como BELLE & SEBASTIAN, POESIE NOIRE e LISA MITCHELL recentemente.
Lembro de quando sai do AGNÓSIA para ser palhaço e ele disse: Mas você pode ser palhaço 24 horas por dia. Quando ele ouviu Vuelve a Casa da banda A77AQUE e chorou dizendo que lembrava de sua mãe (e não sabia o porque), do tempo que eu enchia o saco na sua escola de computação, que tinha o sugestivo nome OK COMPUTER. Dele perguntando para o Dorval o que era Dorvalar. Dele num acesso etílico dizendo que o maior poeta nacional era o Belchior. Quando ele disse que descobriu que não era punk porque nunca tinha encoxado a mãe dele no tanque, enfim, momentos alegres, de risadas, seja no MSN, nos botecos da vida ou em qualquer canto.
Essas fotos foram tiradas no antigo Cyber Bar, em meados de 2006 on estava ele, eu e Rogério Ansaloni. O encontramos lá (breaco pra variar) depois disso, nos vimos esporadicamente em shows na região e após um tempo, no show de despedida da banda BLIND PIGS no Hangar 110.
Um amigo de seus 31/32 anos, sempre de bem com a vida e sempre sorrindo. Sempre pronto pra falar uma besteira em qualquer momento. Pronto para filosofar sobre a existência de uma borboleta, um caramujo, uma folha de papel ou qualquer coisa que parecesse engraçada.
Ficaram apenas as coisas boas.
Confesso que se não tivesse recebido a noticia na sexta feira santa pelo Vander, eu ia achar que era trote, mas infelizmente não era. As 09:30 do dia 22/03/08 ele era sepultado em Jandira e ali parecia que estavam indo alguns sonhos, algumas lembranças e infelizmente, ia um grande amigo, que com certeza fará falta.
Vários amigos passaram pelo velório. Estavam lá pessoas que fazem ou fizeram parte do circuito alternativo de Barueri, no qual ele sempre apoiou, seja divulgando os eventos, participando das gravações ou simplesmente indo aos shows. Com certeza, o Evandro levou a sério o lema VIVA RÁPIDO E MORRA JOVEM. Que você esteja finalmente em paz.
P.S. Nas fotos, Evandro (para quem não o conheceu) é o do meio e foram tiradas em meados de agosto de 2006.
domingo, 23 de março de 2008
CONHEÇA O NOVO = LISA MITCHELL
Lisa Helen Mitchell nasceu no dia 22 de Março de 1990 em Canterbury - Londres. Lisa escreve canções, lindas por sinal, que falam sobre sua vida e a de outras pessoas e sobre a vida das vidas que acompanham nossa vida. Desde aproximadamente os 12 anos, Lisa presenteia o mundo com belas poesias adolescentes e juvenis, porém, com um conteúdo visto em poucos poetas. Talvez Ian Curtis, Robert Smith, Renato Russo e Joni Mitchell.Com um violão em seu quarto, rascunha versos e poucos acordes, escritos na quantidade suficiente para acalmar nosso pensamento, brindar nossa alma e nos encher de ótimos sentimentos.Ela disse uma vez: "Não sei porque faço canções"Eu sei a resposta para a sua pergunta Lisa; Porque você faz vermos que a vida ainda vale a pena e as ótimas canções não morrem nunca.Ela disse também que não espera vender milhões, apenas fazer alguma pessoa feliz. Se for esse o objetivo, está no caminho certo.
ENTREM NA COMUNIDADE:
JOHNNY CASH - 1932-2003
Afinal os “monstros” também morrem.
Johnny Cash, uma das maiores figuras da música americana acabou por desaparecer no alvor do novo século. Como se o peso de uma nova era fosse demais para os seus ossos corroídos. De fato, Cash, nascido em 1932, era uma figura carismática que para além das canções representou o espírito de um certo tipo de rebeldia humanista muito própria do Homem do Novo Mundo do século passado.
Num misto de inocência e desprezo inconformista pelas convenções, Cash foi uma figura atenta aos que o rodearam. Lutou contra a guerra do Vietnan, tocou em inúmeras prisões e vestia-se de preto pelos “deserdados e por aqueles que eram vítimas do seu tempo”. Generoso, era também uma figura contraditória, não escondendo a devoção a Deus ou à sua esposa, June Carter Cash, ao mesmo tempo que não escamoteava as suas falhas, fossem as suas passagens pela cadeia ou os seus encontros com as drogas. No fundo, Cash representou a maldição do Homem do século XX, em busca de redenção entre a simplicidade das suas origens rurais e a adaptação a uma sociedade urbana e industrial que não se compadece com as suas falhas.
Apesar de uma carreira que percorre mais de meio século e que produziu mais de 70 álbuns -dos quais se terão vendido a inacreditável quantia de cerca de 50 milhões de exemplares –, Cash poderia facilmente ter caído no “esquecimento” votado aos artistas de uma tipologia musical específica, neste caso a country music, género que no fundo sempre o acompanhou. No entanto, a fase final da sua carreira, em colaboração com o “guru”-produtor, Rick Rubin, acabou por garantir-lhe uma vitalidade indiscutível que não só lhe encerrou a vida criativa da melhor forma, como o recuperou para as novas gerações garantido assim uma nova luz sobre todo o seu legado musical e sobre a sua própria figura.
Rubin, conhecido por ter sido um dos fundadores da editora Def Jam, pelas produções de Slayer, Danzig ou por ter levado os Red Hot Chili Peppers ao topo das suas potencialidades com “Bloodsugarsexmagick” e “Californication” iniciou uma colaboração com um Cash já doente em meados da década de 90, dando início à série “American Recordings”, que procurou captar esta lenda então ainda viva num ambiente mais intimista.
Orientando as gravações, Rubin ajudou a selecionar os temas originais ao mesmo tempo que foi introduzindo canções de autores afastados do mundo da country como os Depeche Mode, Nine Inch Nails, U2 ou Soundgarden, adaptando-as com Cash ao seu estilo muito próprio. Consegue assim de uma assentada captar interpretações muito especiais, maioritariamente gravadas em casa de um ou outro, e aproximar Cash a um universo mais jovem, garantindo-lhe uma aura de modernidade clássica e conseguindo o que poucos intérpretes no seu crepúsculo sonham: um passaporte para múltiplas gerações e uma chama de criatividade até ao fim.
Mesmo com um Johnny Cash debilitado pela doença – diabetes, asma e um problema neurológico que lhe provocava internamentos constantes – e cujo estado é bem perceptível nas últimas gravações, a verdade é que nesta quase década de trabalho conjunto foi possível produzir cinco ótimos álbuns, sendo o quinto póstumo. Tal foi a força criativa e a sua vontade de continuar que, após o desaparecimento da sua companheira e musa, June Carter Cash, em Maio de 2003, se pensou que ele pararia de trabalhar, mas na verdade continuou a gravar até ao fim aquele que viria a ser o “American Recordings V”.
Cash que vem de uma família de cultivadores de algodão do Arkansas, partilhou a pobreza com mais seis irmãos, iniciando carreira na Sun Records, de Memphis, ao lado de Elvis Presley ou Jerry Lee Lewis. Em 1958 abandonou a Sun e assinou pela Columbia Records, casa que editou a maior parte da sua discografia e o acompanharia até quase final dos anos oitenta. Para a tetralogia com Rick Rubin assinou pela American do próprio Rubin, que negociaria contratos com multinacionais para a distribuição, caso a caso. A poderosa e bem colocada voz de barítono de Cash proporcionou-lhe ser agraciado com o Rock’n’Roll Hall Of Fame, Country Music Hall Of Fame e Songwriters Hall Of Fame, para além de 11 prémios Grammy e mais de 130 músicas nos tops. Inspirado pela sua mãe, que cantava para a família após o dia de trabalho, e pela música de Hank Williams, foi o primeiro a cantar músicas de Bob Dylan e Kris Kristoferson, teve os seus próprios programas de televisão e foi uma influência determinante para autores como Nick Cave ou Will Oldham com quem chegaria a gravar recentemente. Aliás Cave, num memorial escrito para o The Guardian, afirma “ter perdido a inocência com Johnny Cash” e que, com os seus programas televisivos, “viu como a música podia ser uma coisa terrível, bela e terrível”.
Discografia Seleccionada:
Johnny Cash With His Hot & Blue Guitar (1957, Sun Records)É o primeiro álbum de Cash, editado após uma série de singles de sucesso nas tabelas de country music. Por esta altura, Cash e os Tennessee Two (Luther Perkins, que o acompanharia na guitarra até 1968, e Marshall Grant, no baixo) já tinham rodado abundantemente estas canções em palco e na TV. São desta altura hits que o acompanhariam para o resto da vida como “I Walk The Line”, “Folsom Prisom Blues”, “Wreck Of The Old ‘97” ou “I’m So Doggone Lonesome” e aquela típica sonoridade meio acústica meio eléctrica entre o country e o rockabilly que caracteriza o som dos discos da Sun e que faria parte da sua própria sonoridade daí para a frente.
Sings The Ballads Of True The West (1965, Columbia)A provar que o “álbum conceitual” não é uma invenção dos anos 70, Cash edita em meados da década anterior uma ideia que já vinha dos tempos da Sun Records. Um álbum que encerra vinte canções inspiradas nas ambiências do velho Oeste. Entre originais e tradicionais recuperados para a sua voz fica desde logo a ideia que Cash, para além de intérprete e compositor, é um ótimo contador de histórias e um inteligente elaborador de ambiências.
Ao Vivo:At Folsom Prison (1968, Columbia)Para Johnny Cash uma audiência de prisioneiros era a melhor que se podia ter. Daí que, a juntar às suas visões político-sociais, não admire que tenha tocado tantas vezes em prisões. Em 68, com a guerra do Vietnã em pleno gás e o país em ebulição libertária, vai com a sua banda e a sua mulher à prisão de Folsom interpretar canções sobre cocaína, assassínio, maldição, execução e arrependimento. Com uma certa insolência e a ironia própria de quem não está para lamechices. A atitude cai que nem ginjas no goto da audiência que participa entusiasticamente no espectáculo. O álbum daqui resultante é brilhante, em simultâneo tenso e descontraído, e acaba por se tornar num enorme sucesso para Cash.
At San Quentin (1969, Columbia)Tão grande foi o sucesso de “At Folsom Prison” que no ano seguinte editaria “At San Quentin”, resultante de um espectáculo gravado para a televisão nessa outra sinistra prisão americana. O disco daqui resultante não é tão brilhante quanto o anterior, mas completa-o bem, visto que inclui algumas das melhores canções do repertório de Cash –“Wanted Man”, “Wreck Of The Old ‘97”, “I Walk The Line” ou a “A Boy Named Sue” – e uma “San Quentin” acabada de compôr e cheia de raiva que leva a audiência ao rubro.
Compilações:
Tendo as canções de Johnny Cash oscilado quase sempre entre os vértices do triângulo Amor-Devoção-Maldição, parece natural que uma retrospectiva mais completa do seu legado seja dividida numa trilogia como esta editada na transição do século e incluindo já gravações para a American.
Love (2000, American/Columbia)“I walk The Line” e “Ring Of Fire”, dois dos seus primeiros grandes êxitos, não iriam faltar numa compilação de canções de amor de Johnny Cash. Mas a maior parte dos títulos aqui incluídos referem-se às décadas de 60 e 70. A propósito Cash relembra nas suas notas que “nunca houve um amor mais profundo que o seu pela esposa”, June Carter Cash. Aproveita ainda para protestar que as canções de amor acabaram por se tornar numa espécie “de sandwiches com palavras giras que rimam”.
God (2000, American/Columbia)Uma “mistura complexa de gospels, espirituais e canções de louvor”, como o próprio autor as descreve, esta é uma compilação onde se revela o lado místico e o desejo de redenção de Cash. Com títulos gravados entre 1959 e 1994, alguns deles de inspiração direta na própria Bíblia, é um álbum sobre partilha, devoção, esperança e sabedoria. Segundo Cash, “Deus gosta de um acento sulista, tolera a country music e um bocadinho de guitarra”, daí que estas canções que parecem arrancadas a uma América tradicional e inocente soem bastante naturais.
Murder (2000, American/Columbia)Confirmando que as melhores melodias pertencem ao Diabo, a compilação “Murder”, é a melhor desta trilogia, incluindo clássicos como “Folsom Prison Blues”, “Cocaine Blues”, “The Long Black Veil” ou “Don’t Take Your Guns To Town”. São as canções preferidas de Cash sobre “ladrões, mentirosos e assassinos”. Como que a redimir-se desta sua preferência não deixa de avisar: “estas canções são apenas para ouvir e cantar, não para serem postas em prática”.
American Recordings:
I-American Recordings (1994, American)O primeiro produto da colaboração de Cash com Rubin é um álbum essencialmente acústico onde se recuperam canções de Leonard Cohen (“Bird On A Wire”), Nick Lowe (“The Beast In Me”), Glenn Danzig (“Thirteen”) ou Tom Waits (“Down There By The Train”). Gravado essencialmente na “sala de estar de Rick e na cabana de Johnny Cash” é um álbum que reapresenta Cash a novas e velhas gerações através da simplicidade dos unpluggeds que estavam em alta a meados da década passada. “American Recordings” começa com “Delia’s Gone”, uma canção sobre um assassinato que evoca de imediato o habitual universo de maldição de Cash.
II-Unchained (1996, American/BMG)No álbum seguinte passa-se do acústico para o formato de banda completa com um colectivo de músicos onde pontuam Tom Petty e os Heartbreakers e onde se conta ainda as participações especiais de Flea (dos Red Hot Chili Peppers) e membros dos Fleetwood Mac. Fazendo honras aos convidados canta-se “Southern Accent”, de Petty, mas também “Rowboat”, de Beck, “Spiritual”, dos Spain e “Rusty Cage”, dos Soundgarden. É um disco assumidamente mais rock e aberto e até com uma ligeira inflexão para a ironia na parte final em “I Never Picked Cotton” ou “I’ve Been Everywhere”.
III-American III-Solitary Man (2000, American/Columbia)Quatro anos depois, em “Solitary Man”, é o regresso a um registo em toada mais folk, e que apesar do título acontece na companhia de outros músicos onde pontuam a sua esposa, Sheryl Crow, Tom Petty, outra lenda da country – Merle Haggard-, e o “alternativo” Will Oldham. É mais um álbum de grandes canções com interpretações inesquecíveis de “One”, dos U2, “Solitary Man”, de Neil Diamond, “I See A Darkness” de Oldham, “Mercy Seat”, de Nick Cave ou “I Won’t Back Down”, de novo Tom Petty. É um disco comovente com a voz já a começar a falhar e a sombra do destino a ser antecipada em temas originais como “Before My Time” ou “I’m Leaving Now”. Nas memórias que assina no libreto, Cash agradece a Rubin e ao “Senhor da Vida”.
IV-American IV: The Man Comes Around (2002/Universal)A última das “American Recordings” é a mais existencialista e épica de todas. Puxando pelos instrumentos de teclas -pianos, mellotrons e órgãos-, o álbum ganha uma toada de proximidade espiritual, quase religiosa. Quando, em “Hurt”, original dos Nine Inch Nails, Cash canta “what have I become?” com voz trémula, assina uma interpretação comovente que se inclui nas suas gravações mais inesquecíveis de sempre. Gravado com as colaborações de Fiona Apple, Don Henley, Billy Preston, John Frusciante (dos Peppers) e de Nick Cave, en persona, “The Man Comes Around” é o melhor canto do cisne que se pode pedir para Cash, com mais um conjunto de interpretações inesquecíveis onde se incluem “Personal Jesus” (dos Depeche Mode), “Bridge Over Troubled Water” ou “First Time Ever I Saw Your Face”, uma pungente declaração de amor pela posteriormente desaparecida June Carter Cash.
Jorge Dias/Jay Rocker